sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

E a Vergonha Continua ...


Edição do dia 04/01/2013
04/01/2013 20h53 - Atualizado em 04/01/2013 20h53

Governo anuncia recursos para recuperar áreas atingidas por chuvas

O ministro da Integração Nacional e o governador do Rio sobrevoaram as áreas alagadas em Xerém, a região mais devastada pelas chuvas em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.



Autoridades dos governos federal e estadual anunciaram nesta sexta-feira (04/01/2013) recursos para recuperar as áreas atingidas pelas chuvas.

O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, e o governador do Rio, Sérgio Cabral, sobrevoaram nesta sexta-feira as áreas alagadas em Xerém, a região mais devastada pelas chuvas em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Anunciaram recursos para recuperar as áreas atingidas. Só da Secretaria Estadual do Ambiente, são R$ 170 milhões.

É um roteiro repetido nos últimos verões no Rio. As chuvas causam tragédias que são seguidas de liberações emergenciais de dinheiro. Infelizmente, o que vem depois disso é uma história repetida. Obras inacabadas, projetos que nunca saem do papel, denúncias de desvio de recursos.

Janeiro de 2010. As chuvas provocaram deslizamentos em Angra dos Reis, no litoral sul do estado. Na primeira madrugada do ano, 53 pessoas morreram nos desmoronamentos em casas e pousadas da região. Na mesma semana, o governo federal anunciou R$ 80 milhões para a recuperação da cidade. O governo do estado diz que mais de R$ 46 milhões foram gastos na contenção de encostas. Mas, segundo a prefeitura de Angra dos Reis, nenhuma obra foi concluída.

“Hoje as obras estão paralisadas por falta de recursos para serem complementadas”, reforça a prefeita de Angra dos Reis, Conceição Rabha (PT-RJ).

Agora, o município que nem resolveu os problemas das chuvas de três anos atrás já tem novas emergências por causa das chuvas desta quinta. Só 1,2 mil dos 8,5 mil moradores de área de risco foram removidos.

A falta de aplicação do dinheiro destinado ao combate a enchentes se repete no resto do país. Um levantamento feito pela ONG Contas Abertas revela que, no ano passado, o governo só gastou 30% dos R$ 5,7 bilhões aprovados para os três principais programas de prevenção e resposta às chuvas. Em dez anos, foram gastos R$ 7 bilhões com ações emergenciais depois das tragédias, e menos de R$ 700 milhões em prevenção.

Nesta sexta, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, admitiu que essa conta precisa mudar.

“Todos aqui concordamos que é preciso investir mais em prevenção e menos em remediação. Estamos fazendo a mudança da política, mas vamos vamos liquidar esse passivo, que foi formado ao longo de 20, 30 anos, no curso de uma gestão”, declarou ele.

“Existem vários problemas de grandes perdas que poderiam ser facilmente evitadas caso os municípios tivessem uma atenção maior para a drenagem das águas das chuvas. Quer dizer, pequenas medidas salvariam muitas vidas”, afirmou Ana Luiza Coelho Netto, coordenadora do Laboratório de Geohidrologia da UFRJ.

A prevenção não existiu em Niterói, onde um lixão foi ocupado irregularmente e desmoronou com as chuvas de abril de 2010. Ao todo, 47 pessoas morreram no morro do Bumba. Milhares ficaram desabrigadas em todo o município. A promessa na época era de que casas seriam entregues para as vítimas em pouco mais de um ano. Mas...

Os primeiros 180 apartamentos foram entregues há menos de um mês. Alguns moradores ainda estão se mudando. As unidades não vão ser suficientes para resolver o problema dos desabrigados pela chuva de quase três anos atrás. Hoje, 268 pessoas ainda vivem em um abrigo temporário.

O Ministério da Integração contestou o levantamento feito pela ONG Contas Abertas, e disse que em vez de R$ 1,9 bilhão, foram pagos R$ 2,1 bilhões no ano passado. Já o governo do estado do Rio declarou que a maior parte das obras previstas para o estado já está sendo executada.

Funcionário da Cedae desaparece durante chuva em Xerém, no RJ


03/01/2013 20h29 - Atualizado em 03/01/2013 20h54
Funcionário da Cedae desaparece durante chuva em Xerém, no RJ

Enéas Paes Leme trabalhava numa represa quando começou o temporal.

Município foi devastado pela chuva desta quinta-feira.



Enéas desapareceu em Xerém durante temporal (Foto: Marcelo Ahmed/G1)
Enéas desapareceu em Xerém durante temporal
(Foto: Marcelo Ahmed/G1)

O funcionário da Cedae Enéas Paes Leme, de 55 anos, que trabalhava na represa que abastecia Xerém, distrito de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, está desaparecido desde a madrugada desta quinta-feira (3), quando um temporal desvastou a cidade.
A família procurou por ele durante todo o dia, sem sucesso. As buscas vão continuar nesta sexta-feira (4), segundo parentes.

“Sempre disse a ele que aquilo era perigoso. Ele trabalha na Cedae há 31 anos, mas faz esse serviço há nove anos. Além do perigo de cheia, tem muito bicho naquele lugar”, disse a mulher de Enéas, 

Elizabeth Ferreira da Silva Paes Leme, de 55 anos.
Procurada pelo G1, a Cedae não se pronunciou sobre o caso.
A família de Enéas mora em Xerém há nove anos, desde que ele passou a trabalhar no local. Ele tem três filhos.
Elizabeth está a procura do marido  (Foto: Marcelo Ahmed/G1)
Elizabeth procura marido na região
(Foto: Marcelo Ahmed/G1)

Represa foi atingida
Colega de Enéas, Gilson Fernandes Gomes, de 58 anos, contou que iria rendê-lo no serviço. “Estava escuro, ele ficou apavorado e saiu pelo portão dos fundos”, explicou Gilson. Segundo ele, a represa está praticamente destruída.

A represa fica no Rio Xerém, acima do ponto onde uma ponte desabou por causa da chuva. A força das águas e o deslizamento de terra dos morros ao redor deixaram um rastro de destruição em dezenas de casas.
Foram 212 milímetros de chuva em 24 horas, mais da metade do previsto para todo o mês de janeiro. A enchente deixou 250 desabrigados, um desaparecido e um morto, segundo o coronel Douglas Junior. A chuva atingiu também os municípios de Nova Iguaçu, Belford Roxo e Seropédica, onde há 35 desalojados.



Funcionário da Cedae continua desaparecido em Xerém

'A esperança é a última que morre', diz mulher de desaparecido

POR FELIPE FREIRE
Rio -  O funcionário da Cedae, Enéas Paes Leme, desaparecido na madrugada desta quinta-feira, após o temporal, em Xerém, ainda não foi encontrado. A Cedae informou que o funcionário trabalhava numa das duas represas que a empresa mantém dentro da Reserva Biológica do Tinguá, na Baixada Fluminense.
Elizabeth Ferreira da Silva Paes Leme, mulher de Enéas, afirma que o local onde o marido trabalhava era perigoso em dias de chuva. "Já passei uma noite com ele no reservatório de água, sei que lá era um lugar perigoso".
Elizabeth contou que o marido trabalhava durante a madrugada no reservatório da Cedae. Na manhã da última quarta-feira, Enéas chegou em casa, almoçou e descansou. Mais tarde, voltou para a represa levando a marmita do jantar e ao sair já disse para a mulher que estava preocupado porque iria chover.
"A esperança é a última que morre. Cheguei a ir ao IML com parentes para reconhecer um corpo, mas já havia sido reconhecido como o de outro homem (Luiz Carlos da Silva, de 63 anos)", disse Elizabeth.
Mulher de funcionário da Cedae desaparecido tem esperanças de que o marido seja encontrado 
Foto: Felipe Freire / Agência O Dia
Mulher de funcionário da Cedae desaparecido tem esperanças de que o marido seja encontrado | Foto: Felipe Freire / Agência O Dia
De acordo com a Cedae, cada uma destas barragens, responsáveis pelo abastecimento de água de parte do município de Duque de Caxias, possui um centro de operações.
Em uma delas, o operador de plantão ficou dentro do centro durante as chuvas e a conseqüente enxurrada que atingiram a região, e nada aconteceu. Na segunda represa, no entanto, o operador não foi encontrado.
O centro de operações não sofreu nenhum tipo de avaria por conseqüência das chuvas, segundo a Cedae, mas como ainda há notícias de desaparecidos na região, a empresa aguarda maiores informações por parte do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil e informa estar prestando todo apoio à família com funcionários da área de serviço social da companhia.
Enéas Paes Leme desapareceu na madrugada desta quinta-feira, em Xerém | Foto: Arquivo Pessoal

Enéas Paes Leme desapareceu na madrugada desta quinta-feira, em Xerém 
| Foto: Arquivo Pessoal

Criança está desaparecida em Nova Iguacu
Uma criança desapareceu durante a chuva que atingiu Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, na tarde desta quinta-feira. Segundo o Corpo de Bombeiros, o garoto teria ido ao mercado quando começou a chover e pode ter caído de uma ponte que passa sobre um rio. O caso ocorreu no bairro de Austin. Bombeiros fazem buscas na região. Um funcionário da Cedae de 55 anos também está desaparecido em Xerém, distrito de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ainda em Xerém, uma pessoa morreu por conta da tempestade.
Caxias ainda tem 250 desabrigados
Em Duque de Caxias, onde os estragos causados pela chuva da madrugada desta quinta-feira no Estado do Rio foram os maiores, principalmente no distrito de Xerém, ainda há 250 pessoas desabrigadas nesta sexta, segundo a Defesa Civil Municipal.
Além dos desabrigados, otras mil pessoas estão desalojadas, ou seja, deixaram suas casas por precaução e foram para casas de amigos e parentes. De acordo com a Defesa Civil de Caxias, ao todo cem mil pessoas foram afetadas pelas chuvas no município, um homem, identificado como como Luiz Carlos da Silva, de 63 anos, morreu, e um funcionário da Cedae ainda está desaparecida. Ao todo, 45 casas foram destruídas e 200 residências foram afetadas pelo temporal.
Durante a madrugada desta sexta, não choveu forte em Xerém. A prefeitura de Duque de Caxias informou que iniciou o serviço de limpeza nos principais bairros afetados como Xerém, Mantiquira, Café Torrado e Pedreira.

domingo, 30 de dezembro de 2012


Saúde, Paz, Amor, Alegria e Muita Prosperidade !
 
" A vida é breve, mas cabe muito mais do que somos capazes de viver"
[ José Saramago]