03/01/2013 20h29 - Atualizado em 03/01/2013
20h54
Funcionário da Cedae desaparece durante chuva em Xerém, no RJ
Enéas Paes Leme trabalhava numa represa quando começou o temporal.
Município foi devastado pela chuva desta quinta-feira.
Enéas desapareceu em Xerém durante
temporal
(Foto: Marcelo Ahmed/G1)
O funcionário da Cedae Enéas Paes Leme, de 55 anos, que
trabalhava na represa que abastecia Xerém, distrito de Duque
de Caxias, na Baixada Fluminense, está desaparecido desde a madrugada desta
quinta-feira (3), quando um temporal desvastou a cidade.
A família procurou por ele durante todo o dia, sem
sucesso. As buscas vão continuar nesta sexta-feira (4), segundo parentes.
“Sempre disse a ele que aquilo era perigoso. Ele trabalha na Cedae há 31 anos,
mas faz esse serviço há nove anos. Além do perigo de cheia, tem muito bicho
naquele lugar”, disse a mulher de Enéas,
Elizabeth Ferreira da Silva Paes Leme, de 55 anos.
Procurada pelo G1, a Cedae não se pronunciou sobre o
caso.
A família de Enéas mora em Xerém há nove anos, desde que
ele passou a trabalhar no local. Ele tem três filhos.
Elizabeth
procura marido na região
(Foto: Marcelo Ahmed/G1)
Represa foi atingida
Colega de Enéas, Gilson Fernandes Gomes, de 58 anos, contou que iria rendê-lo no
serviço. “Estava escuro, ele ficou apavorado e saiu pelo portão dos fundos”,
explicou Gilson. Segundo ele, a represa está praticamente destruída.
A represa fica no Rio
Xerém, acima do ponto onde uma ponte desabou por causa da chuva. A força das
águas e o deslizamento de terra dos morros ao redor deixaram um rastro de
destruição em dezenas de casas.
Foram 212 milímetros de
chuva em 24 horas, mais da metade do previsto para todo o mês de janeiro. A
enchente deixou 250 desabrigados, um desaparecido e um morto, segundo o coronel
Douglas Junior. A chuva atingiu também os municípios de Nova Iguaçu, Belford
Roxo e Seropédica, onde há 35 desalojados.
Funcionário da Cedae continua desaparecido em Xerém
'A esperança é a última que morre', diz mulher de desaparecido
POR FELIPE FREIRE
Rio -
O funcionário da Cedae, Enéas Paes Leme, desaparecido na madrugada desta
quinta-feira, após o temporal, em Xerém, ainda não foi encontrado. A Cedae
informou que o funcionário trabalhava numa das duas represas que a empresa
mantém dentro da Reserva Biológica do Tinguá, na Baixada Fluminense.
Elizabeth Ferreira da Silva Paes Leme, mulher de Enéas,
afirma que o local onde o marido trabalhava era perigoso em dias de chuva.
"Já passei uma noite com ele no reservatório de água, sei que lá era um
lugar perigoso".
Elizabeth contou que o marido trabalhava durante a madrugada
no reservatório da Cedae. Na manhã da última quarta-feira, Enéas chegou em
casa, almoçou e descansou. Mais tarde, voltou para a represa levando a marmita
do jantar e ao sair já disse para a mulher que estava preocupado porque iria
chover.
"A esperança é a última que morre. Cheguei a ir ao IML
com parentes para reconhecer um corpo, mas já havia sido reconhecido como o de
outro homem (Luiz Carlos da Silva, de 63 anos)", disse Elizabeth.
Mulher de funcionário da Cedae desaparecido tem esperanças
de que o marido seja encontrado
| Foto:
Felipe Freire / Agência O Dia
De acordo com a Cedae, cada uma destas barragens,
responsáveis pelo abastecimento de água de parte do município de Duque de
Caxias, possui um centro de operações.
Em uma delas, o operador de plantão ficou dentro do centro
durante as chuvas e a conseqüente enxurrada que atingiram a região, e nada
aconteceu. Na segunda represa, no entanto, o operador não foi encontrado.
O centro de operações não sofreu nenhum tipo de avaria por
conseqüência das chuvas, segundo a Cedae, mas como ainda há notícias de
desaparecidos na região, a empresa aguarda maiores informações por parte do
Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil e informa estar prestando todo apoio à
família com funcionários da área de serviço social da companhia.
Enéas Paes Leme desapareceu na madrugada desta quinta-feira,
em Xerém
| Foto: Arquivo Pessoal
Criança está desaparecida em Nova Iguacu
Uma criança desapareceu durante a chuva que atingiu Nova
Iguaçu, na Baixada Fluminense, na tarde desta quinta-feira. Segundo o Corpo de
Bombeiros, o garoto teria ido ao mercado quando começou a chover e pode ter caído
de uma ponte que passa sobre um rio. O caso ocorreu no bairro de Austin.
Bombeiros fazem buscas na região. Um funcionário da Cedae de 55 anos também
está desaparecido em Xerém, distrito de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Ainda em Xerém, uma pessoa morreu por conta da tempestade.
Caxias ainda tem 250 desabrigados
Em Duque de Caxias, onde os estragos causados pela chuva da
madrugada desta quinta-feira no Estado do Rio foram os maiores, principalmente
no distrito de Xerém, ainda há 250 pessoas desabrigadas nesta sexta, segundo a
Defesa Civil Municipal.
Além dos desabrigados, otras mil pessoas estão desalojadas,
ou seja, deixaram suas casas por precaução e foram para casas de amigos e
parentes. De acordo com a Defesa Civil de Caxias, ao todo cem mil pessoas foram
afetadas pelas chuvas no município, um homem, identificado como como Luiz
Carlos da Silva, de 63 anos, morreu, e um funcionário da Cedae ainda está
desaparecida. Ao todo, 45 casas foram destruídas e 200 residências foram
afetadas pelo temporal.
Durante a madrugada desta sexta, não choveu forte em Xerém.
A prefeitura de Duque de Caxias informou que
iniciou o serviço de limpeza nos principais bairros afetados como Xerém,
Mantiquira, Café Torrado e Pedreira.
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